segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Quer testar o seu talento?


MANDIOCA ( ou MACAXEIRA ou AIPIM) COM CARNE DO SOL
- uma deliciosa receita nordestina –

Ingredientes:
1 k de macaxeira
2 xícaras de leite
1 xícara de requeijão
Sal, queijo parmesão ralado e coentro picado à gosto
2 colheres de sopa de óleo
1 dente de alho
1 cebola picada
1 k de carne do sol cozida e desfiada

Para polvilhar :
Queijo ralado a gosto

Preparo:
1. Cozinhe a macaxeira em água fervente até ficar macia. Escorre-a e passe por um moedor atá formar uma pasta (purê). Junte o leite, o requeijão, sal e queijo ralado. Leve ao fogo baixo até ter a consistência de purê. Reserve.
2. Aqueça o óleo e refogue o alho e a cebola. Acrescente a carne-do-sol, verifique o sal e refogue por cinco minutos. Junte o coentro e reserve.
3. Unte um refratário com manteiga e distribua uma camada de purê, uma de carne-do-sol refogada e cubra com o restante do purê. Polvilhe o queijo ralado e leve ao forno médio até dourar. Sirva como prato principal ou como acompanhamento.
Bom apetite!

A Romântica Cozinha

Transformar simples alimentos em apetitosos pratos é, sem dúvida, uma arte, resultante do prazer de descobertas e misturas. Eu “alimento” essa paixão pela cozinha – também – e através do COISAS DE COZINHA conclamo a você, gourmets, amadores como eu, a deliciarem-se com as postagens que, com certeza, serão sensibilizadoras. Por isso mesmo, escolhi Pablo Neruda, o poeta das metáforas, para fazer a abertura deste Blog.
Ode à Cebola
Cebola
Luminosa redoma
pétala a pétala
cresceu a tua formosura
escamas de cristal te acrescentaram
e no segredo da terra escura
se foi arredondando o teu ventre de orvalho.
Sob a terra
foi o milagre
e quando apareceu
o teu rude caule verde
e nasceram as tuas folhas como espadas na horta,
a terra acumulou o seu poderio
mostrando a tua nua transparência,
e como em Afrodite o mar remot
duplicou a magnólia
levantando os seus seios,
a terra
assim te fez
cebola
clara como um planeta
a reluzir,
constelação constante,
redonda rosa de água,
sobrea mesa
das gentes pobres.
Generosa
desfazes
o teu globo de frescura
na consumação
fervente da frigideira
e os estilhaços de cristal
no calor inflamado do azeit
transformam-se em frisadas plumas de ouro.
Também recordarei como fecunda
a tua influência, o amor, na salada
e parece que o céu contribui
dando-te fina forma de granizo
a celebrar a tua claridade picada
sobre os hemisférios de um tomate.
Mas ao alcance
das mãos do povo
regada com azeite
polvilhada
com um pouco de sal,
matas a fome
do jornaleiro no seu duro caminho.
Estrela dos pobres,
fada madrinha
envolvida em delicado
papel, sais do chão
eterna, intacta, pura
como semente de um astro
e ao cortar-te
a faca na cozinha
sobe a única
lágrima sem pena.
Fizeste-nos chorar sem nos afligir.
Eu tudo o que existe celebrei, cebola
Mas para mim és
mais formosa que uma ave
de penas radiosas
és para os meus olhos
globo celeste, taça de platina
baile imóvel
de nívea anémona
e vive a fragância da Terra
na tua natureza cristalina.
Pablo Neruda